Por ti e para ti, sei que adoravas Amália.
Há precisamente um ano eu era a rapariga mais infeliz do mundo. Andava revoltada com tudo, dizia não ser justo, não compreender, e magoava-me saber que jamais te iria ver e ouvir. Consciencializar-me de que tinhas partido era impossível. E continua a ser.
Não te vou dizer que não chorei hoje, chorei e agora choro, lembrando o dia 20/01/2009, o pior dia da minha vida.
Hoje, um ano depois, continuo com imensas saudades tuas e continuo com aquela enorme confusão na cabeça que é não te ter todos os Sábados, não te ver a acenar-me da janela, não sentir os guardanapos que enrolavas e com que sorrateiramente me fazias cócegas nos ouvidos.
Mas tenho vindo a aprender com o quão bom que eras e és, o bem que me fizeste e tens feito, tudo o que me ensinaste e ainda ensinas. Posso chorar, recordando-me de ti, mas por dentro sorrio e gabo-me de te ter tido como meu avô e de poder ter passado 17 anos da minha vida com o prazer de te poder ver todas as semanas, sentir o teu cheiro e brincar com o teu cabelo branco com algumas entradas.
Chorar não te vai trazer de volta, sei disso, mas por vezes não me consigo conter, desculpa. Sei que odiavas ver-me chorar e é por isso que tento sempre ver o lado positivo (ainda que esteja muito frágil nestas situações).
Dizer que te amo é nada comparado com o que realmente sinto. Fazes-me imensa falta! Ainda assim agradeço, porque decidiste continuar presente na minha vida. Sei que me acompanhas e tens seguido todas as minhas conquistas. Muito obrigada.
P.S. Hoje, numa palestra de um monge indiano à qual assisti, falou da metamorfose e da lagarta/borboleta.
Quem morre não morre totalmente, o seu espírito e células continuam vivos.
És uma borboleta que voou, mas que no fundo continuas presente como sempre estiveste.
(depois de o monge dizer algo parecido com isto fez-se silêncio. Bati palmas com todas as minhas energias. Eram para ti. E para todas as outras borboletas.)
Como te compreendo tão bem... quase me considero uma orfã. Cresci não conhecendo os meus avós da parte da minha mãe. Da parte do meu pai, a minha avó faleceu tinha eu 1/2 anos. Perdi o meu avô com 16 anos e em Julho vai fazer 7 anos que perdi o meu pai.
ResponderEliminarEu acredito na vida após a morte, mas ainda assim sinto imensa falta de todos, mas como é óbvio mais do meu avô e pai, porque convivi mt com eles e eram super amigos.
Mando-te um beijo ;)
Obrigada Gema :)
ResponderEliminarInfelizmente todos passamos por esta situação, e ainda que seja sempre uma dor difícil de superar (ou até mesmo impossível), ao fim de um tempo vemos o lado positivo. Ficar triste não nos leva a lado nenhum, e se os recordarmos com um sorriso de certeza que ficam muito mais felizes.
Sinto muito a falta do meu avô e de muitas outras pessoas que já perdi, mas agora tento encarar de outra forma tudo isto porque sei que não gostariam nada mesmo de me ver triste.
Um beijinho grande (: